quarta-feira, 31 de julho de 2013

PÁGINAS

“Mas a sabedoria que vem do alto é primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia.” – (Tiago, 3:17)
Toda página escrita tem alma e o crente necessita auscultar-lhe a natureza. O exame sincero esclarecerá imediatamente a que esfera pertence, no círculo de atividade destruidora no mundo ou no centro dos esforços de edificação para a vida espiritual. 

Primeiramente, o leitor amigo da verdade e do bem analisar-lhe-á as linhas, para ajuizar da pureza do seu conteúdo, compreendendo que, se as suas expressões foram nascidas de fontes superiores, aí encontrará os sinais inequívocos da paz, da moderação, da afabilidade fraternal, da compreensão amorosa e dos bons frutos, enfim. 

Mas, se a página reflete os venenos sutis da parcialidade humana, semelhante mensagem do pensamento não procede das esferas mais nobres da vida. Ainda que se origine da ação dos Espíritos desencarnados, supostamente superiores, a folha que não faça benefício em harmonia e construção fraternal é, apenas, reflexo de condições inferiores. 

Examina, pois, as páginas de teu contacto com o pensamento alheio, diariamente, e faze companhia àquelas que te desejam elevação. Não precisas das que se te figurem mais brilhantes, mas daquelas que te façam melhor.


Extraído do Capítulo 14 de "Pão Nosso" - Chico Xavier (pelo Espírito Emmanuel)

ENQUANTO...

Busque agir para o bem, enquanto você dispõe de tempo. É perigoso guardar uma cabeça cheia de sonhos, com as mãos desocupadas. 

Acenda sua lâmpada, enquanto há claridade em torno de seus passos. Viajor algum fugirá às surpresas da noite. 

Ajude o próximo, enquanto as possibilidades permanecem de seu lado. Chegará o momento em que você não prescindirá do auxílio dele. 

Utilize o corpo físico para recolher as bênçãos da vida Mais Alta, enquanto suas peças se ajustam harmoniosamente. O vaso que reteve essências sublimes ainda espalha perfume, depois de abandonado. 

Dê suas lições sensatamente, na escola da vida, enquanto o livro das provas repousa em suas mãos. Aprender é uma bênção e há milhares de irmãos, não longe de você, aguardando uma bolsa de estudos na reencarnação. 

Acerte suas contas com o vizinho, enquanto a hora é favorável. Amanhã, todos os quadros podem surgir transformados. 

Ninguém deve ser o profeta da morte e nem imitar a coruja agourenta. Mas, enquanto você guardar oportunidade de amealhar recursos superiores para a vida espiritual, aumente os seus valores próprios e organize tesouros da alma, convicto de que sua viagem para outro gênero de existência é inevitável.


Extraído do Capítulo 14 de "Agenda Cristã" - Chico Xavier (pelo Espírito André Luiz)

ESTAÇÕES NECESSÁRIAS

“Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor.” – (Atos, 3:19)
Os crentes inquietos quase sempre admitem que o trabalho de redenção se processa em algumas providências convencionais e que apenas com certa atividade externa já se encontram de posse dos títulos mais elevados, junto aos Mensageiros Divinos. 

A maioria dos católicos romanos pretende a isenção das dificuldades com as cerimônias exteriores; muitos protestantes acreditam na plena identificação com o céu tão-só pela enunciação de alguns hinos, enquanto enorme percentagem de espiritistas se crê na intimidade de supremas revelações apenas pelo fato de haver freqüentado algumas sessões. 

Tudo isto constitui preparação valiosa, mas não é tudo. 

Há um esforço iluminativo para o interior, sem o qual homem algum penetrará o santuário da Verdade Divina. 

A palavra de Pedro à massa popular contém a síntese do vasto programa de transformação essencial a que toda criatura se submeterá para a felicidade da união com o Cristo. Há estações indispensáveis para a realização, porquanto ninguém atingirá de vez a eterna claridade da culminância. 

Antes de tudo, é imprescindível que o culpado se arrependa, reconhecendo a extensão e o volume das próprias faltas e que se converta, a fim de alcançar a época de refrigério pela presença do Senhor nele próprio. Aí chegado, habilitar-se-á para a construção do Reino Divino em si mesmo. 

Se, realmente, já compreendes a missão do Evangelho, identificarás a estação em que te encontras e estarás informado quanto aos serviços que deves levar a efeito para demandar a seguinte.


Extraído do Capítulo 13 de "Pão Nosso" - Chico Xavier (pelo Espírito Emmanuel)

REALMENTE

A tempestade espanta. Entretanto, acentuar-nos-á a resistência, se soubermos recebê-la. 

A dor dilacera. Mas aperfeiçoar-nos-á o coração, se buscarmos aproveitá-la. 

A incompreensão dói. Contudo, oferece-nos excelente oportunidade de compreender. 

A luta perturba. Todavia, será portadora de incalculáveis benefícios, se lhe aceitarmos o concurso. 

O desespero destrói. Diante dele, porém, encontramos ensejo de cultivar a serenidade. 

O ódio enegrece. No entanto, descortina bendito horizonte à revelação do amor. 

A aflição esmaga. Abre-nos, todavia, as portas da ação consoladora. 

O choque assombra. Nele, contudo, encontraremos abençoada renovação. 

A prova tortura. Sem ela, entretanto, é impossível a aprendizagem. 

O obstáculo aborrece. Temos nele, porém, legítimo produtor de elevação e capacidade. 


Extraído do Capítulo 13 de "Agenda Cristã" - Chico Xavier (pelo Espírito André Luiz)

PENSASTE NISSO?

“Sabendo que brevemente hei de deixar este meu tabernáculo, segundo o que também nosso Senhor Jesus-Cristo já mo tem revelado.” - (II Pedro, 1:14)
Se muitas vezes grandes vozes do Cristianismo se referiram a supostos crimes da carne, é necessário mencionar as fraquezas do “eu”, as inferioridades do próprio espírito, sem concentrar falsas acusações ao corpo, como se este representasse o papel de verdugo implacável, separado da alma, que lhe seria, então, prisioneira e vítima. 

Reparamos que Pedro denominava o organismo, como sendo o seu tabernáculo. 

O corpo humano é um conjunto de células aglutinadas ou de fluidos terrestres que se reúnem, sob as leis planetárias, oferecendo ao Espírito a santa oportunidade de aprender, valorizar, reformar e engrandecer a vida. 

Freqüentemente o homem, qual operário ocioso ou perverso, imputa ao instrumento útil as más qualidades de que se acha acometido. O corpo é concessão da Misericórdia Divina para que a alma se prepare ante o glorioso porvir. 

Longe da indébita acusação à carne, reflitamos nos milênios despendidos na formação desse tabernáculo sagrado no campo evolutivo. 

Já pensaste que és um Espírito imortal, dispondo, na Terra, por algum tempo, de valiosas potências concedidas por Deus às tuas exigências de trabalho? 

Tais potências formam-te o corpo. 

Que fazes de teus pés, de tuas mãos, de teus olhos, de teu cérebro? sabes que esses poderes te foram confiados para honrar o Senhor iluminando a ti mesmo? Medita nestas interrogações e santifica teu corpo, nele encontrando o templo divino.


Extraído do Capítulo 12 de "Pão Nosso" - Chico Xavier (pelo Espírito Emmanuel)

AJUDE SEMPRE

Diante da noite, não acuse as trevas. Aprenda a fazer lume. 

Em vão condenará você o pântano. Ajude-o a purificar-se. 

No caminho pedregoso, não atire calhaus nos outros. Transforme os calhaus em obras úteis. 

Não amaldiçoe o vozerio alheio. Ensine alguma lição proveitosa, com o silêncio. 

Não adote a incerteza perante as situações difíceis. Enfrente-as com a consciência limpa. 

Debalde censurará você o espinheiro. Remova-o com bondade. 

Não critique o terreno sáfaro. Ao invés disso, dê-lhe adubo. 

Não pronuncie más palavras contra o deserto. Auxilie a cavar um poço sob a areia escaldante. 

Não é vantagem desaprovar onde todos desaprovaram. Ampare o seu irmão com a boa palavra. 
  
É sempre fácil observar o mal e identificá-lo. Entretanto, o que o Cristo espera de nós outros é a descoberta e o cultivo do bem para que o Divino Amor seja glorificado.


Extraído do Capítulo 12 de "Agenda Cristã" - Chico Xavier (pelo Espírito André Luiz) 

terça-feira, 30 de julho de 2013

O BEM É INCANSÁVEL

“E vós, irmãos, não vos canseis de fazer o bem.” – Paulo (II Tessalonicenses, 3:13)
É muito comum encontrarmos pessoas que se declaram cansadas de praticar o bem. Estejamos, contudo, convictos de que semelhantes alegações não procedem de fonte pura. 

Somente aqueles que visam determinadas vantagens aos interesses particularistas, na zona do imediatismo, adquirem o tédio vizinho da desesperação, quando não podem atender a propósitos egoísticos. 

É indispensável muita prudência quando essa ou aquela circunstância nos induz a refletir nos males que nos assaltam, depois do bem que julgamos haver semeado ou nutrido. 

O aprendiz sincero não ignora que Jesus exerce o seu ministério de amor sem exaurir-se, desde o princípio da organização planetária. Relativamente aos nossos casos pessoais, muita vez terá o Mestre sentido o espinho de nossa ingratidão, identificando-nos o recuo aos trabalhos da nossa própria iluminação; todavia, nem mesmo verificando-nos os desvios voluntários e criminosos, jamais se esgotou a paciência do Cristo que nos corrige, amando, e tolera, edificando, abrindo-nos misericordiosos braços para a atividade renovadora. 

Se Ele nos tem suportado e esperado através de tantos séculos, por que não poderemos experimentar de ânimo firme algumas pequenas decepções durante alguns dias? 

A observação de Paulo aos tessalonicenses, portanto, é muito justa. Se nos entediarmos na prática do bem, semelhante desastre expressará em verdade que ainda nos não foi possível a emersão do mal de nós mesmos.


Extraído do Capítulo 11 de "Pão Nosso" - Chico Xavier (pelo Espírito Emmanuel)

MEDICAÇÃO PREVENTIVA

Pense muito, antes da discussão. O discutidor, por vezes, não passa de estouvado. 

Use a coragem, sem abuso. O corajoso, em muitas ocasiões, é simples imprudente. 

Observe os seus métodos de cultivar a verdade. Muitas pessoas que se presumem verdadeiras, são veículos de perturbação e desânimo. 

Proceda com inteligência em todas as situações. Não se esqueça, porém, de que muitos homens inteligentes são meros velhacos. 

Seja forte na luta de cada dia. Não olvide, contudo, que muitos companheiros valentes são suicidas inconscientes. 

Estime a eficiência. No entanto, a pretexto de rapidez, não adote a precipitação. 

Não enfrente perigos, sem recursos para anulá-los. O que consignamos por desassombro, muita vez é loucura. 

Guarde valor em suas atitudes. Recorde, entretanto, que o valor não consiste em vencer, de qualquer modo, mas em conquistar o adversário no trabalho pacífico. 

Tenha bom ânimo, mas seja comedido em seus empreendimentos. Da audácia ao crime, a distância é de poucos passos. 

Atenda à afabilidade e à doçura em seu caminho. Não perca, porém, o seu tempo em conversas inúteis.


Extraído do Capítulo 11 de "Agenda Cristã" - Chico Xavier (pelo Espírito André Luiz)

NOS MOMENTOS GRAVES

Use calma. A vida pode ser um bom estado de luta, mas o estado de guerra nunca uma vida boa. 

Não delibere apressadamente. As circunstâncias, filhas dos Desígnios Superiores, modificam-nos a experiência, de minuto a minuto. 

Evite lágrimas inoportunas. O pranto pode complicar os enigmas ao invés de resolvê-los. 

Se você errou desastradamente, não se precipite no desespero. O reerguimento é a melhor medida para aquele que cai. 

Tenha paciência. Se você não chega a dominar-se, debalde buscará o entendimento de quem não o compreende ainda. 

Se a questão é excessivamente complexa, espere mais um dia ou mais uma semana, a fim de solucioná-la. O tempo não passa em vão. 

A pretexto de defender alguém, não penetre o círculo barulhento. Há pessoas que fazem muito ruído por simples questão de gosto. 

Seja comedido nas resoluções e atitudes. Nos instantes graves, nossa realidade espiritual é mais visível. 

Em qualquer apreciação, alusiva a segundas e terceiras pessoas, tenha cuidado. Em outras ocasiões, outras pessoas serão chamadas a fim de se referirem a você. 

Em hora alguma proclame seus méritos individuais, porque qualquer qualidade excelente é muito problemática no quadro de nossas aquisições. Lembre-se de que a virtude não é uma voz que fala e, sim, um poder que irradia.


Extraído do Capítulo 10 de "Agenda Cristã" - Chico Xavier (pelo Espírito André Luiz)

NAS CONVERSAÇÕES

Não se irrite com o interlocutor, se não lhe corresponde à expectativa. Talvez não tenha sido você suficientemente claro na expressão. 

Se o interpelado não atende, de pronto, cale as reclamações. É provável que ele seja gago e, se o não for, a descortesia é uma infelicidade em si mesma. 

Quando alguém não lhe der a informação solicitada, com a presteza que você desejaria, não se aborreça. Recorde que a surdez pode atacar a todos. 

Evite os assuntos desconcertantes para o ouvinte. Todos temos zonas nevrálgicas no destino, sobre as quais precisamos fazer silêncio. 

Não pergunte a esmo. Quem muito interroga, muito fere. 

Cultive a delicadeza com os empregados de qualquer instituição ou estabelecimento, onde você permaneça de passagem. Sua mente, quase sempre, está despreocupada em semelhantes lugares e ignora os problemas de quem foi chamado a servi-lo. 

Seja leal, mas fuja à franqueza descaridosa. A pretexto de ser realista, não pretenda ser mais verdadeiro que Deus, somente de cuja Autoridade Amorosa recebemos as revelações e trabalhos de cada dia. 

Se o companheiro lhe fere o ouvido com má resposta, tenha calma e espere o tempo. Possivelmente já respondeu com gentileza noventa e nove vezes a outras pessoas, ou, talvez, acabe de sofrer uma perda importante. 

Ajude, conversando. Uma boa palavra auxilia sempre. 

Lembre-se de que o mal não merece comentário em tempo algum.


Extraído do Capítulo 9 de "Agenda Cristã" - Chico Xavier (pelo Espírito André Luiz)

segunda-feira, 29 de julho de 2013

OS INFORTÚNIOS OCULTOS

Nas grandes calamidades, a caridade se emociona e observam-se impulsos generosos, no sentido de reparar os desastres. Mas, a par desses desastres gerais, há milhares de desastres particulares, que passam despercebidos: os dos que jazem sobre um grabato sem se queixarem. Esses infortúnios discretos e ocultos são os que a verdadeira generosidade sabe descobrir, sem esperar que peçam assistência.

Quem é esta mulher de ar distinto, de traje tão simples, embora bem cuidado, e que traz em sua companhia uma mocinha tão modestamente vestida? Entra numa casa de sórdida aparência, onde sem dúvida é conhecida, pois que à entrada a saúdam respeitosamente. Aonde vai ela? Sobe até a mansarda, onde jaz uma mãe de família cercada de crianças. À sua chegada, refulge a alegria naqueles rostos emagrecidos. É que ela vai acalmar ali todas as dores. Traz o de que necessitam, condimentado de meigas e consoladoras palavras, que fazem que os seus protegidos, que não são profissionais da mendicância, aceitem o benefício, sem corar. O pai está no hospital e, enquanto lá permanece, a mãe não consegue com o seu trabalho prover as necessidades da família. Graças à boa senhora, aquelas pobres crianças não mais sentirão frio, nem fome; irão à escola agasalhadas e, para as menorzinhas, o leite não secará no seio que as amamenta. Se entre elas alguma adoece, não lhe repugnarão a ela, à boa dama, os cuidados materiais de que essa necessite. Dali vai ao hospital levar ao pai algum reconforto e tranquilizá-lo sobre a sorte da família. No canto da rua, uma carruagem a espera, verdadeiro armazém de tudo o que destina aos seus protegidos, que todos lhe recebem sucessivamente a visita. Não lhes pergunta qual a crença que professam, nem quais suas opiniões, pois considera como seus irmãos e filhos de Deus todos os homens. Terminado o seu giro, diz de si para consigo: Comecei bem o meu dia. Qual o seu nome? Onde mora? Ninguém o sabe. Para os infelizes, é um nome que nada indica; mas é o anjo da consolação. À noite, um concerto de bênçãos se eleva em seu favor ao Pai celestial: católicos, judeus, protestantes, todos a bendizem. Por que tão singelo traje? Para não insultar a miséria com o seu luxo. Por que se faz acompanhar da filha? Para que aprenda como se deve praticar a beneficência. A mocinha também quer fazer a caridade. A mãe, porém, lhe diz: “Que podes dar, minha filha, quando nada tens de teu? Se eu te passar às mãos alguma coisa para que dês a outrem, qual será o teu mérito? Nesse caso, em realidade, serei eu quem faz a caridade; que merecimento terias nisso? Não é justo. Quando visitamos os doentes, tu me ajudas a tratá-los. Ora, dispensar cuidados é dar alguma coisa. Não te parece bastante isso? Nada mais simples. Aprende a fazer obras úteis e confeccionarás roupas para essas criancinhas. Desse modo, darás alguma coisa que vem de ti.” É assim que aquela mãe verdadeiramente cristã prepara a filha para a prática das virtudes que o Cristo ensinou. É espírita ela? Que importa! 

Em casa, é a mulher do mundo, porque a sua posição o exige. Ignoram, porém, o que faz, porque ela não deseja outra aprovação, além da de Deus e da sua consciência. Certo dia, no entanto, imprevista circunstância leva-lhe à casa uma de suas protegidas, que andava a vender trabalhos executados por suas mãos. Esta última, ao vê-la, reconheceu nela a sua benfeitora. “Silêncio! ordena-lhe a senhora. Não o digas a ninguém.” Falava assim Jesus.


Extraído do Capítulo XIII -  Não saiba a vossa mão esquerda o que dê a vossa mão direita - de "O Evangelho segundo o Espiritismo" - Allan Kardec

IRMÃOS EM PERIGO

Os que pretendem transformar o próximo, de um dia para outro, a golpes verbais. 

Os que descobrem pareceres inteligentes e bons conselhos para todas as pessoas, distraídosndos problemas que lhes são próprios. 

Os que colocam a mente em outro mundo, de maneira absoluta, sem atender aos deveres do mundo em que respiram. 

Os que permanecem incessantemente preocupados em se defenderem. 

Os que fazem dez projetos maravilhosos por dia sem concretizar nenhum deles em dez anos. 

Os que reconhecem a grandeza das verdades divinas, mas que jamais dispõem de tempo para cultivá-las, em favor da própria iluminação. 

Os que adiam indefinidamente para amanhã o serviço da compreensão e do amor ao próximo. 
  
Os que se sentem senhores exclusivos de todos os trabalhos no campo da caridade, sem distribuir oportunidades de serviço aos outros. 

Os que declaram perdoar a ofensa, mas que nunca conseguem esquecer o mal. 

Os que encontram ensejo de se entediarem da vida.


Extraído do Capítulo 8 de "Agenda Cristã" - Chico Xavier (pelo Espírito André Luiz)

SOLICITAÇÃO FRATERNA

Ajude com a sua oração a todos os irmãos: 

que jamais encontram tempo ou recursos para serem úteis a alguém; 

que se declaram afrontados pelaingratidão, em toda a parte; 

que trajam os olhos de luto para enxergarem o mal, em todas as situações; 

que contemplam mil castelos nas nuvens, mas que não acendem nem uma vela no chão; 

que somente cooperam na torre de marfim do personalismo, sem lhe descerem os degraus para colaborar com os outros; 

que se acreditam emissários especiais e credores dos benefícios de exceção; 

que devoram precioso tempo dos ouvintes, falando exclusivamente de si; 

que desistem de continuar aprendendo na luta humana; 

que exibem o realejo da desculpa para todas as faltas; 

que sustentam a vocação de orquídeas no salão do mundo; 

que se julgam centros compulsórios das atenções gerais; 

que fazem o culto sistemático à enfermidade e ao obstáculo. 

São doentes graves que necessitam do Amparo Silencioso.


Extraído do Capítulo 7 de "Agenda Cristã" - Chico Xavier (pelo Espírito André Luiz)

EM SEU BENEFÍCIO

Não se agaste com o ignorante; certamente, não dispõe ele das oportunidades que iluminaram seu caminho. 

Evite aborrecimentos com as pessoas fanatizadas; permanecem no cárcere do exclusivismo e merecem compaixão como qualquer prisioneiro. 

Não se perturbe com o malcriado; o irmão intratável tem, na maioria das vezes, o fígado estragado e os nervos doentes. 

Ampare o companheiro inseguro; talvez não possua o necessário, quando você detém excessos. 

Não se zangue com o ingrato; provavelmente, é desorientado ou inexperiente. 

Ajude ao que erra; seus pés pisam o mesmo chão e, se você tem possibilidades de corrigir, não tem o direito de censurar. 

Desculpe o desertor; ele é fraco e mais tarde voltará à lição. 

Auxilie o doente; agradeça ao Divino poder o equilíbrio que você está conservando. 

Esqueça o acusador; ele não conhece o seu caso desde o princípio.
 
Perdoe ao mau; a vida se encarregará dele.


Extraído do Capítulo 6 de "Agenda Cristã" - Chico Xavier (pelo Espírito André Luiz)

MEDICAMENTOS EVANGÉLICOS

Ajude sempre. 
Não tema. 
Jamais desespere. 
Aprenda incessantemente. 
Pense muito. 
Medite mais. 
Fale pouco. 
Retifique, amando. 
Trabalhe feliz. 
Dirija, equilibrado. 
Obedeça, contente. 
Não se queixe. 
Siga adiante. 
Repare além. 
Veja longe. 
Discuta serenamente. 
Faça luz. 
Semeie paz. 
Espalhe bênçãos. 
Lute, elevando. 
Seja alegre. 
Viva desassombrado. 
Demonstre coragem. 
Revele calma. 
Respeite tudo. 
Ore, confiante. 
Vigie, benevolente. 
Caminhe, melhorando. 
Sirva hoje. 
Espere o amanhã. 


Extraído do Capítulo 5 de "Agenda Cristã" - Chico Xavier (pelo Espírito André Luiz)

domingo, 28 de julho de 2013

DEVOTAMENTO E ABNEGAÇÃO

Deus consola os humildes e dá força aos aflitos que lha pedem. Seu poder cobre a Terra e, por toda a parte, junto de cada lágrima colocou ele um bálsamo que consola. A abnegação e o devotamento são uma prece contínua e encerram um ensinamento profundo. A sabedoria humana reside nessas duas palavras. Possam todos os Espíritos sofredores compreender essa verdade, em vez de clamarem contra suas dores, contra os sofrimentos morais que neste mundo vos cabem em partilha. Tomai, pois, por divisa estas duas palavras: devotamento e abnegação, e sereis fortes, porque elas resumem todos os deveres que a caridade e a humildade vos impõem. O sentimento do dever cumprido vos dará repouso ao espírito e resignação. O coração bate então melhor, a alma se asserena e o corpo se forra aos desfalecimentos, por isso que o corpo tanto menos forte se sente, quanto mais profundamente golpeado é o espírito. 

– O Espírito de Verdade, Havre, 1863.


Extraído do Capítulo VI - O Cristo Consolador - de "O Evangelho segundo o Espiritismo" - Allan Kardec

EM FAVOR DE VOCÊ MESMO

Aprenda a ceder em favor de muitos, para que alguns intercedam em seu benefício nas situações desagradáveis. 

Ajude sem exigência para que outro o auxilie, sem reclamações. 

Não encarcere o vizinho no seu modo de pensar; dê ao companheiro oportunidade de concebera vida tão livremente quanto você. 

Guarde cuidado no modo de exprimir-se; em várias ocasiões, as maneiras dizem mais que as palavras. 

Refira-se a você o menos possível; colabore fraternalmente nas alegrias do próximo. 

Evite a verbosidade avassalante; quem conversa sem intermitências, cansa ao que ouve. 

Deixe ao irmão a autoria das boas ideias e não se preocupe se for esquecido, convicto de que as iniciativas elevadas não pertencem efetivamente a você, de vez que todo bem procede originariamente de Deus. 

Interprete o adversário como portador deequilíbrio; se precisamos de amigos que nos estimulem, necessitamos igualmente de alguém que indique os nossos erros. 

Discuta com serenidade; o opositor tem direitos iguais aos seus. 

Se você considerar excessivamente as críticas do inferior, suporte sem mágoa as injunções do plano a que se precipitou. 

Seja útil em qualquer lugar, mas não guarde a pretensão de agradar a todos; não intente o que o próprio Cristo ainda não conseguiu. 

Defrontado pelo erro, corrija-o primeiramente em você e, em seguida, nos outros, sem violência e sem ódio. 

Se a perfídia cruzar seu caminho, recuse-lhe a honra da indignação examine-a, com um sorriso silencioso, estude-lhe o processo calmamente e, logo após, transforme-a em material digno da vida. 

Ampare fraternalmente o invejoso; o despeito é indisfarçável homenagem ao mérito e, pagando semelhante tributo, o homem comum atormenta-se e sofre. 

Habitue-se à serenidade e à fortaleza, nos círculos da luta humana; sem essas conquistas, dificilmente sairá você do vaivém das reencarnações inferiores.


Extraído do Capítulo 4 de "Agenda Cristã" - Chico Xavier (pelo Espírito André Luiz)

PRIVILÉGIOS CRISTÃOS

Manter suprema fidelidade a Deus.
Olvidar os próprios desejos, atendendo aos Superiores Desígnios.
Humilhar-se para que a mão do Senhor seja exaltada.
Conquistar a si mesmo.
Renunciar com alegria, em benefício dos outros.
Retirar lucros eternos de perdas temporárias.
Trabalhar na construção do Reino Divino.
Esperar quando outros desesperam.
Penetrar o templo do silêncio, em meio do vozerio.
Guardar a fé, acima da tormenta de dúvidas.
Calar a tempo, de modo a não ferir.
Falar com proveito.
Ouvir o Divino Amigo em plena solidão.
Servir sem recompensa.
Suportar com valor a própria cruz.
Sofrer, aprendendo e aproveitando.
Amar sem exigências.
Ajudar em segredo.
Semear com o Cristo, desapegando-nos dos resultados.
Encontrar irmãos em toda parte.
Cultivar o prazer de ser útil.
Discernir o justo valor das causas e das coisas.
Santificar o mal.
Amparar com sinceridade os que erram.
Perdoar quantas vezes for necessário.
Superar os obstáculos.
Conservar a jovialidade e a doçura.
Sustentar o bom ânimo.
Desprender-se dos enganos do mundo, antes que o mundo nos desengane.
Perseverar no bem até ao fim.


Extraído do Capítulo 3 de "Agenda Cristã" - Chico Xavier (pelo Espírito André Luiz)

O GRANDE MÉDICO DAS ALMAS

Sou o grande médico das almas e venho trazer-vos o remédio que vos há de curar. Os fracos, os sofredores e os enfermos são os meus filhos prediletos. Venho salvá-los. Vinde, pois, a mim, vós que sofreis e vos achais oprimidos, e sereis aliviados e consolados. Não busqueis alhures a força e a consolação, pois que o mundo é impotente para dá-las. Deus dirige um supremo apelo aos vossos corações, por meio do Espiritismo. Escutai-o. Extirpados sejam de vossas almas doloridas a impiedade, a mentira, o erro, a incredulidade. São monstros que sugam o vosso mais puro sangue e que vos abrem chagas quase sempre mortais. Que, no futuro, humildes e submissos ao Criador, pratiqueis a sua lei divina. Amai e orai; sede dóceis aos Espíritos do Senhor; invocai-o do fundo de vossos corações. Ele, então, vos enviará o seu Filho bem-amado, para vos instruir e dizer estas boas palavras: Eis-me aqui; venho até vós, porque me chamastes. 

– O Espírito de Verdade, Bordéus, 1861.


Extraído do Capítulo VI - O Cristo Consolador - de "O Evangelho segundo o Espiritismo" - Allan Kardec

PRINCÍPIOS REDENTORES

Não se esqueça de que Deus é o tema central de nossos destinos. 
Deseje o bem dos outros, tanto quanto deseja o próprio bem. 
Concorde imediatamente com os adversários. 
Respeite a opinião dos vizinhos. 
Evite contendas desagradáveis. 
Empreste sem aguardar restituição. 
Dê seu concurso às boas obras, com alegria. 
Não se preocupe com os caluniadores.
Agradeça ao inimigo pelo valor que ele lhe atribui. 
Ajude as crianças. 
Não desampare os velhos e doentes. 
Pense em você, por último, em qualquer jogo de benefícios. 
Desculpe sinceramente. 
Não critique a ninguém. 
Repare seus defeitos, antes de corrigir os alheios. 
Use a fé e a prudência.
Aprenda a semear, preparando boa ceifa.
Não peça uvas ao espinheiro.
Liberte-se do peso de excessivas convenções. 
Cultive a simplicidade. 
Fale o menos possível, relativamente a você e a seus problemas. 
Estimule as qualidades nobres dos companheiros.  
Trabalhe no bem de todos. 
Valorize o tempo. 
Metodize o trabalho, sabendo que cada dia tem as suas obrigações. 
Não se aflija. 
Sirva a toda gente sem prender-se. 
Seja alegre, justo e agradecido. 
Jamais imponha seus pontos de vista. 
Lembre-se de que o mundo não foi feito apenas para você.  

As ciências sociais de hoje apresentam semelhantes princípios como novidades. No entanto, são antigos. Chegaram à Terra, com o Cristo, há quase vinte séculos. Nós outros, porém, espíritos atrasados no entendimento, somos ainda tardios na aplicação. 


Extraído do Capítulo 2 de "Agenda Cristã" - Chico Xavier (pelo Espírito André Luiz)

SENTIMENTOS FRATERNOS

“Quanto, porém, à caridade fraternal, não necessitais de que vos escreva, visto que vós mesmos estais instruídos por Deus que vos ameis uns aos outros.” – Paulo (I Tessalonicenses, 4:9)
Forte contra-senso que desorganiza a contribuição humana, no divino edifício do Cristianismo, é o impulso sectário que atormenta enormes fileiras de seus seguidores. 

Mais reflexão, mais ouvidos ao ensinamento de Jesus e essas batalhas injustificáveis estariam para sempre apagadas. 

Ainda hoje, com as manifestações do plano espiritual na renovação do mundo, a cada momento surgem grupos e personalidades, solicitando fórmulas do Além para que se integrem no campo da fraternidade pura. 

Que esperam, entretanto, os companheiros esclarecidos para serem efetivamente irmãos uns dos outros? 

Muita gente se esquece de que a solidariedade legítima escasseia nos ambientes onde é reduzido o espírito de serviço e onde sobra a preocupação de criticar. Instituições notáveis são conduzidas à perturbação e ao extermínio, em vista da ausência do auxílio mútuo, no terreno da compreensão, do trabalho e da boa-vontade. 

Falta de assistência? Não. 

Toda obra honesta e generosa repercute nos planos mais altos, conquistando cooperadores abnegados. 

Quando se verifique a invasão da desarmonia nos institutos do bem, que os agentes humanos acusem a si mesmos pela defecção nos compromissos assumidos ou pela indiferença ao ato de servir. E que ninguém peça ao Céu determinadas receitas de fraternidade, porque a fórmula sagrada e imutável permanece conosco no “amai-vos uns aos outros”.


Extraído do Capítulo 10 de "Pão Nosso" - Chico Xavier (pelo Espírito Emmanuel)

sábado, 27 de julho de 2013

FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO

Meus filhos, na máxima: Fora da caridade não há salvação, estão encerrados os destinos dos homens, na Terra e no céu; na Terra, porque à sombra desse estandarte eles viverão em paz; no céu, porque os que a houverem praticado acharão graças diante do Senhor. Essa divisa é o facho celeste, a luminosa coluna que guia o homem no deserto da vida, encaminhando-o para a Terra da Promissão. Ela brilha no céu, como auréola santa, na fronte dos eleitos, e, na Terra, se acha gravada no coração daqueles a quem Jesus dirá: Passai à direita, benditos de meu Pai. Reconhecê-los-eis pelo perfume de caridade que espalham em torno de si. Nada exprime com mais exatidão o pensamento de Jesus, nada resume tão bem os deveres do homem, como essa máxima de ordem divina. Não poderia o Espiritismo provar melhor a sua origem, do que apresentando-a como regra, por isso que é um reflexo do mais puro Cristianismo. Levando-a por guia, nunca o homem se transviará. Dedicai-vos, assim, meus amigos, a perscrutar-lhe o sentido profundo e as consequências, a descobrir-lhe, por vós mesmos, todas as aplicações. Submetei todas as vossas ações ao governo da caridade e a consciência vos responderá. Não só ela evitará que pratiqueis o mal, como também fará que pratiqueis o bem, porquanto uma virtude negativa não basta: é necessária uma virtude ativa. Para fazer-se o bem, mister sempre se torna a ação da vontade; para se não praticar o mal, basta as mais das vezes a inércia e a despreocupação.

Meus amigos, agradecei a Deus o haver permitido que pudésseis gozar a luz do Espiritismo. Não é que somente os que a possuem hajam de ser salvos; é que, ajudando-vos a compreender os ensinos do Cristo, ela vos faz melhores cristãos. Esforçai-vos, pois, para que os vossos irmãos, observando-vos, sejam induzidos a reconhecer que verdadeiro espírita e verdadeiro cristão são uma só e a mesma coisa, dado que todos quantos praticam a caridade são discípulos de Jesus, sem embargo da seita a que pertençam. 

– Paulo, o apóstolo (Espírito), Paris, 1860.


Extraído do Capítulo XV - Fora da caridade não há salvação - de "O Evangelho segundo o Espiritismo" - Allan Kardec

HOMENS DE FÉ

“Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha.” – Jesus (Mateus, 7:24)
Os grandes pregadores do Evangelho sempre foram interpretados à conta de expressões máximas do Cristianismo, na galeria dos tipos veneráveis da fé; entretanto, isso somente aconteceu quando os instrumentos da verdade, efetivamente, não olvidaram a vigilância indispensável ao justo testemunho. 

É interessante verificar que o Mestre destaca, entre todos os discípulos, aquele que lhe ouve os ensinamentos e os pratica. Daí se conclui que os homens de fé não são aqueles apenas palavrosos e entusiastas, mas os que são portadores igualmente da atenção e da boa-vontade, perante as lições de Jesus, examinando-lhes o conteúdo espiritual para o trabalho de aplicação no esforço diário. 

Reconforta-nos assinalar que todas as criaturas em serviço no campo evangélico seguirão para as maravilhas interiores da fé. Todavia, cabe-nos salientar, em todos os tempos, o subido valor dos homens moderados que, registrando os ensinos e avisos da Boa Nova, cuidam, desvelados, da solução de todos os problemas do dia ou da ocasião, sem permitir que suas edificações individuais se processem longe das bases cristãs imprescindíveis. 

Em todos os serviços, o concurso da palavra é sagrado e indispensável, mas aprendiz algum deverá esquecer o sublime valor do silêncio, a seu tempo, na obra superior do aperfeiçoamento de si mesmo, a fim de que a ponderação se faça ouvida, dentro da própria alma, norteando-lhe os destinos.


Extraído do Capítulo 9 de "Pão Nosso" - Chico Xavier (pelo Espírito Emmanuel)

ANSIEDADES

“Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.” – (I Pedro, 5:7)
As ansiedades armam muitos crimes e jamais edificam algo de útil na Terra. 

Invariavelmente, o homem precipitado conta com todas as probabilidades contra si. 

Opondo-se às inquietações angustiosas, falam as lições de paciência da Natureza, em todos os setores do caminho humano. 

Se o homem nascesse para andar ansioso, seria dizer que veio ao mundo, não na categoria de trabalhador em tarefa santificante, mas por desesperado sem remissão. 

Se a criatura refletisse mais sensatamente reconheceria o conteúdo de serviço que os momentos de cada dia lhe podem oferecer e saberia vigiar, com acentuado valor, os patrimônios próprios. 

Indubitável que as paisagens se modificarão incessantemente, compelindo-nos a enfrentar surpresas desagradáveis, decorrentes de nossa atitude inadequada, na alegria ou na dor; contudo, representa impositivo da lei a nossa obrigação de prosseguir diariamente, na direção do bem. 

A ansiedade tentará violentar corações generosos, porque as estradas terrenas desdobram muitos ângulos obscuros e problemas de solução difícil; entretanto, não nos esqueçamos da receita de Pedro. 

Lança as inquietudes sobre as tuas esperanças em Nosso Pai Celestial, porque o Divino Amor cogita do bem-estar de todos nós. 

Justo é desejar, firmemente, a vitória da luz, buscar a paz com perseverança, disciplinar-se para a união com os planos superiores, insistir por sintonizar-se com as esferas mais altas. Não olvides, porém, que a ansiedade precede sempre a ação de cair.


Extraído do Capítulo 8 de "Pão Nosso" - Chico Xavier (pelo Espírito Emmanuel)

sexta-feira, 26 de julho de 2013

IMPERATIVOS CRISTÃOS

Aprende — humildemente. 
Ensina — praticando. 
Administra — educando. 
Obedece — prestativo. 
Ama — edificando. 
Teme — a ti mesmo. 
Sofre — aproveitando. 
Fala — construindo. 
Ouve — sem malícia. 
Ajuda — elevando. 
Ampara — levantando. 
Passa — servindo. 
Ora — serenamente. 
Pede — com juízo. 
Espera — trabalhando. 
Crê — agindo. 
Confia — vigiando. 
Recebe — distribuindo. 
Atende — com gentileza. 
Coopera — sem apego. 
Socorre — melhorando. 
Examina — salvando.  
Esclarece — respeitoso. 
Semeia — sem aflição. 
Estuda — aperfeiçoando. 
Caminha — com todos. 
Avança — auxiliando. 
Age — no bem geral. 
Corrige — com bondade. 
Perdoa — sempre.


Extraído do Capítulo 1 de "Agenda Cristã" - Chico Xavier (pelo Espírito André Luiz)

A SEMENTE

“E, quando semeias, não semeias o corpo que há de nascer, mas o simples grão de trigo ou de outra qualquer semente.” - Paulo (I Coríntios, 15:37)
Nos serviços da Natureza, a semente reveste-se, aos nossos olhos, do sagrado papel de sacerdotisa do Criador e da Vida. 

Gloriosa herdeira do poder divino, coopera na evolução do mundo e transmite silenciosa e sublime lição, tocada de valores infinitos, à criatura. 

Exemplifica sabiamente a necessidade dos pontos de partida, as requisições justas de trabalho, os lugares próprios, os tempos adequados. 

Há homens inquietos e insaciados que ainda não conseguiram compreendê-la. Exigem as grandes obras de um dia para outro, impõem medidas tirânicas pela força das ordenações ou das armas ou pretendem trair as leis profundas da Natureza; aceleram os processos da ambição, estabelecem domínio transitório, alardeiam mentirosas conquistas, incham-se e caem, sem nenhuma edificação santificadora para si ou para outrem. 

Não souberam aprender com a semente minúscula que lhes dá trigo ao pão de cada dia e lhes garante a vida, em todas as regiões de luta planetária. 

Saber começar constitui serviço muito importante. 

No esforço redentor, é indispensável que não se percam de vista as possibilidades pequeninas: um gesto, uma palestra, uma hora, uma frase pode representar sementes gloriosas para edificações imortais. Imprescindível, pois, jamais desprezá-las.


Extraído do Capítulo 7 de "Pão Nosso" - Chico Xavier (pelo Espírito Emmanuel)

O JARDINEIRO DIVINO

Venho instruir e consolar os pobres deserdados. Venho dizer-lhes que elevem a sua resignação ao nível de suas provas, que chorem, porquanto a dor foi sagrada no Jardim das Oliveiras; mas, que esperem, pois que também a eles os anjos consoladores lhes virão enxugar as lágrimas.

Obreiros, traçai o vosso sulco; recomeçai no dia seguinte o afanoso labor da véspera; o trabalho das vossas mãos vos fornece aos corpos o pão terrestre; vossas almas, porém, não estão esquecidas; e eu, o jardineiro divino, as cultivo no silêncio dos vossos pensamentos. Quando soar a hora do repouso, e a trama da vida se vos escapar das mãos e vossos olhos se fecharem para a luz, sentireis que surge em vós e germina a minha preciosa semente. Nada fica perdido no reino de nosso Pai e os vossos suores e misérias formam o tesouro que vos tornará ricos nas esferas superiores, onde a luz substitui as trevas e onde o mais desnudo dentre todos vós será talvez o mais resplandecente.

Em verdade vos digo: os que carregam seus fardos e assistem os seus irmãos são bem-amados meus. Instruí-vos na preciosa doutrina que dissipa o erro das revoltas e vos mostra o sublime objetivo da provação humana. Assim como o vento varre a poeira, que também o sopro dos Espíritos dissipe os vossos despeitos contra os ricos do mundo, que são, não raro, muito miseráveis, porquanto se acham sujeitos a provas mais perigosas do que as vossas. Estou convosco e meu apóstolo vos instrui. Bebei na fonte viva do amor e preparai-vos, cativos da vida, a lançar-vos um dia, livres e alegres, no seio dAquele que vos criou fracos para vos tornar perfectíveis e que quer modeleis vós mesmos a vossa maleável argila, a fim de serdes os artífices da vossa imortalidade. 

- O Espírito de Verdade, Paris, 1861.


Extraído do Capítulo VI - O Cristo Consolador - de "O Evangelho segundo o Espiritismo" - Allan Kardec

quinta-feira, 25 de julho de 2013

VALEI-VOS DA LUZ

“Andai enquanto tendes a luz, para que as trevas não vos apanhem.” – Jesus (João, 12:35)
O homem de meditação encontrará pensamentos divinos, analisando o passado e o futuro. 

Ver-se-á colocado entre duas eternidades – a dos dias que se foram e a que lhe acena do porvir. 

Examinando os tesouros do presente, descobrirá suas oportunidades preciosas. 

No futuro, antevê a bendita luz da imortalidade, enquanto que no pretérito se localizam as trevas da ignorância, dos erros praticados, das experiências mal vividas. Esmagadora maioria de personalidades humanas não possui outra paisagem, com respeito ao passado próximo ou remoto, senão essa constituída de ruína e desencanto, compelindo-as a revalorizar os recursos em mão. 

A vida humana, pois, apesar de transitória, é a chama que vos coloca em contacto com o serviço de que necessitais para a ascensão justa. Nesse abençoado ensejo, é possível resgatar, corrigir, aprender, ganhar, conquistar, reunir, reconciliar e enriquecer-se no Senhor. 

Refleti na observação do Mestre e apreender-lhe-eis o luminoso sentido. Andai enquanto tendes a luz, disse Ele. 

Aproveitai a dádiva de tempo recebida, no trabalho edificante. 

Afastai-vos da condição inferior, adquirindo mais alto entendimento. Sem os característicos de melhoria e aprimoramento no ato de marcha, sereis dominados pelas trevas, isto é, anulareis vossa oportunidade santa, tornando aos impulsos menos dignos e regressando, em seguida à morte do corpo, ao mesmo sítio de sombras, de onde emergistes para vencer novos degraus na sublime montanha da vida.


Extraído do Capítulo 6 de "Pão Nosso" - Chico Xavier (pelo Espírito Emmanuel)

SALÁRIOS

“E contentai-vos com o vosso soldo.” – João Batista (Lucas, 3:14) 
A resposta de João Batista aos soldados, que lhe rogavam esclarecimentos, é modelo de concisão e de bom senso. 

Muita gente se perde através de inextricáveis labirintos, em virtude da compreensão deficiente acerca dos problemas de remuneração na vida comum. 

Operários existem que reclamam salários devidos a ministros, sem cogitarem das graves responsabilidades que, não raro, convertem os administradores do mundo em vítimas da inquietação e da insônia, quando não seja em mártires de representações e banquetes. 

Há homens cultos que vendem a paz do lar em troca da dilatação de vencimentos. 

Inúmeras pessoas seguem, da mocidade à velhice do corpo, ansiosas e descrentes, enfermas e aflitas, por não se conformarem com os ordenados mensais que as circunstâncias do caminho humano lhes assinalam, dentro dos imperscrutáveis Desígnios. 

Não é por demasia de remuneração que a criatura se integrará nos quadros divinos. 

Se um homem permanece consciente quanto aos deveres que lhe competem, quanto mais altamente pago, estará mais intranqüilo. 

Desde muito, esclarece a filosofia popular que para a grande nau surgirá a grande tormenta. 

Contentar-se cada servidor com o próprio salário é prova de elevada compreensão, ante a justiça do Todo-Poderoso. 

Antes, pois, de analisar o pagamento da Terra, habitua-te a valorizar as concessões do Céu.


Extraído do Capítulo 5 de "Pão Nosso" - Chico Xavier (pelo Espírito Emmanuel)

quarta-feira, 24 de julho de 2013

ANTES DE SERVIR

“Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir.” – Jesus (Mateus, 20:28)
Em companhia do espírito de serviço, estaremos sempre bem guardados. A Criação inteira nos reafirma esta verdade com clareza absoluta. 

Dos reinos inferiores às mais altas esferas, todas as coisas servem a seu tempo. 

A lei do trabalho, com a divisão e a especialização nas tarefas, prepondera nos mais humildes elementos, nos variados setores da Natureza. 

Essa árvore curará enfermidades, aquela outra produzirá frutos. Há pedras que contribuem na construção do lar; outras existem calçando os caminhos. 

O Pai forneceu ao filho homem a casa planetária, onde cada objeto se encontra em lugar próprio, aguardando somente o esforço digno e a palavra de ordem, para ensinar à criatura a arte de servir. Se lhe foi doada a pólvora destinada à libertação da energia e se a pólvora permanece utilizada por instrumento de morte aos semelhantes, isto corre por conta do usufrutuário da moradia terrestre, porque o Supremo Senhor em tudo sugere a prática do bem, objetivando a elevação e o enriquecimento de todos os valores do Patrimônio Universal. 

Não olvidemos que Jesus passou entre nós, trabalhando. Examinemos a natureza de sua cooperação sacrificial e aprendamos com o Mestre a felicidade de servir santamente. 

Podes começar hoje mesmo. 

Uma enxada ou uma caçarola constituem excelentes pontos de início. Se te encontras enfermo, de mãos inabilitadas para a colaboração direta, podes principiar mesmo assim, servindo na edificação moral de teus irmãos.


Extraído do Capítulo 4 de "Pão Nosso" - Chico Xavier (pelo Espírito Emmanuel)

O ARADO

“E Jesus lhe disse: Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás é apto para o reino de Deus.” – (Lucas, 9:62)
Aqui, vemos Jesus utilizar na edificação do Reino Divino um dos mais belos símbolos. 

Efetivamente, se desejasse, o Mestre criaria outras imagens. Poderia reportar-se às leis do mundo, aos deveres sociais, aos textos da profecia, mas prefere fixar o ensinamento em bases mais simples. 

O arado é aparelho de todos os tempos. É pesado, demanda esforço de colaboração entre o homem e a máquina, provoca suor e cuidado e, sobretudo, fere a terra para que produza. Constrói o berço das sementeiras e, à sua passagem, o terreno cede para que a chuva, o sol e os adubos sejam convenientemente aproveitados. 

É necessário, pois, que o discípulo sincero tome lições com o Divino Cultivador, abraçando-se ao arado da responsabilidade, na luta edificante, sem dele retirar as mãos, de modo a evitar prejuízos graves à “terra de si mesmo”. 

Meditemos nas oportunidades perdidas, nas chuvas de misericórdia que caíram sobre nós e que se foram sem qualquer aproveitamento para nosso espírito, no sol de amor que nos vem vivificando há muitos milênios, nos adubos preciosos que temos recusado, por preferirmos a ociosidade e a indiferença. 

Examinemos tudo isto e reflitamos no símbolo de Jesus. 

Um arado promete serviço, disciplina, aflição e cansaço; no entanto, não se deve esquecer que, depois dele, chegam semeaduras e colheitas, pães no prato e celeiros guarnecidos.


Extraído do Capítulo 3 de "Pão Nosso" - Chico Xavier (pelo Espírito Emmanuel)

PENSA UM POUCO

“As obras que eu faço em nome de meu Pai, essas testificam de mim.” – Jesus (João, 10:25)
É vulgar a preocupação do homem comum, relativamente às tradições familiares e aos institutos terrestres a que se prende, nominalmente, exaltando-se nos títulos convencionais que lhe identificam a personalidade. 

Entretanto, na vida verdadeira, criatura alguma é conhecida por semelhantes processos. Cada Espírito traz consigo a história viva dos próprios feitos e somente as obras efetuadas dão a conhecer o valor ou o demérito de cada um. 

Com o enunciado, não desejamos afirmar que a palavra esteja desprovida de suas vantagens indiscutíveis; todavia, é necessário compreender-se que o verbo é também profundo potencial recebido da Infinita Bondade, como recurso divino, tornando-se indispensável saber o que estamos realizando com esse dom do Senhor Eterno. 

A afirmativa de Jesus, nesse particular, reveste-se de imperecível beleza. 

Que diríamos de um Salvador que estatuísse regras para a Humanidade, sem partilhar-lhe as dificuldades e impedimentos? 

O Cristo iniciou a missão divina entre homens do campo, viveu entre doutores irritados e pecadores rebeldes, uniu-se a doentes e aflitos, comeu o duro pão dos pescadores humildes e terminou a tarefa santa entre dois ladrões. 

Que mais desejas? Se aguardas vida fácil e situações de evidência no mundo, lembra-te do Mestre e pensa um pouco.


Extraído do Capítulo 2 de "Pão Nosso" - Chico Xavier (pelo Espírito Emmanuel)

terça-feira, 23 de julho de 2013

MÃOS À OBRA

“Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação.” – Paulo (I Coríntios, 14:26)
A igreja de Corinto lutava com certas dificuldades mais fortes, quando Paulo lhe escreveu a observação aqui transcrita. 

O conteúdo da carta apreciava diversos problemas espirituais dos companheiros do Peloponeso, mas podemos insular o versículo e aplicá-lo a certas situações dos novos agrupamentos cristãos, formados no ambiente do Espiritismo, na revivescência do Evangelho. 

Quase sempre notamos intensa preocupação nos trabalhadores, por novidades em fenomenologia e revelação. 

Alguns núcleos costumam paralisar atividades quando não dispõem de médiuns adestrados. 

Por quê? 

Médium algum solucionará, em definitivo, o problema fundamental da iluminação dos companheiros. 

Nossa tarefa espiritual seria absurda se estivesse circunscrita à freqüência mecânica de muitos, a um centro qualquer, simplesmente para assinalarem o esforço de alguns poucos. 

Convençam-se os discípulos de que o trabalho e a realização pertencem a todos e que é imprescindível se movimente cada qual no serviço edificante que lhe compete. Ninguém alegue ausência de novidades, quando vultosas concessões da esfera superior aguardam a firme decisão do aprendiz de boa-vontade, no sentido de conhecer a vida e elevar-se. 

Quando vos reunirdes, lembrai a doutrina e a revelação, o poder de falar e de interpretar de que já sois detentores e colocai mãos à obra do bem e da luz, no aperfeiçoamento indispensável.


Extraído do Capítulo 1 de "Pão Nosso" - Chico Xavier (pelo Espírito Emmanuel)

NO SERVIÇO CRISTÃO

"Porque todos devemos comparecer ante o tribunal do Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito, estando no corpo, o bem ou o mal." – Paulo (II Coríntios, 5:10)
Não falta quem veja no Espiritismo mero campo de experimentação fenomênica, sem qualquer significação de ordem moral para as criaturas.

Muitos aprendizes da consoladora Doutrina, desse modo, limitam-se às investigações de laboratório ou a discussões filosóficas.

É imperioso reconhecer, todavia, que há tantas categorias de homens desencarnados, quantas são as dos encarnados.

Entidades discutidoras, levianas, rebeldes e inconstantes transitam em toda parte. Além disso, incógnitas e problemas surgem para os habitantes dos dois planos.

Em vista de semelhantes razões, os adeptos do progresso efetivo do mundo, distanciados da vida física, pugnam pelo Espiritismo com Jesus, convertendo-nos o intercâmbio em fator de espiritualidade santificante.

Acreditamos que não se deve atacar outro círculo de vida, quando não nos encontramos interessados em melhorar a personalidade naquele em que respiramos.

Não vale pesquisar recursos que não nos dignifiquem.

Eis por que para nós outros, que supomos trazer o coração acordado para a responsabilidade de viver, Espiritismo não expressa simples convicção de imortalidade: é clima de serviço e edificação.

Não adianta guardar a certeza na sobrevivência da alma, além da morte, sem o preparo terrestre na direção da vida espiritual. E nesse esforço de habilitação, não dispomos de outro guia mais sábio e mais amoroso que o Cristo.

Somente à luz de suas lições sublimes é possível reajustar o caminho, renovar a mente e purificar o coração.

Nem tudo o que é admirável é divino.

Nem tudo o que é grande é respeitável.

Nem tudo o que é belo é santo.

Nem tudo o que é agradável é útil.

O problema não é apenas de saber. É o de reformar-se cada um para a extensão do bem.

Afeiçoemo-nos, pois, ao Evangelho sentido e vivido, compreendendo o imperativo de nossa iluminação interior, porque, segundo a palavra oportuna e sábia do Apóstolo, "todos devemos comparecer ante o tribunal do Cristo, a fim de recebermos, de acordo com o que realizamos, estando no corpo, o bem ou o mal".


Extraído do Prefácio de "Pão Nosso" - Chico Xavier (pelo Espírito Emmanuel)

domingo, 21 de julho de 2013

NOSSO DESTINO

É sempre nas horas turvas da História que as grandes concepções sintéticas se formam no seio da humanidade. Então, as religiões decrépitas, com as vozes enfraquecidas pela idade, e as filosofias com a sua linguagem demasiadamente abstrata, já não são suficientes para consolar os aflitos, levantar os ânimos abatidos, arrastar as almas para os altos cimos. Todavia, ainda há nelas muitas forças latentes e focos de calor que podem ser reavivados. Por isso não compartilhamos das vistas de certos teóricos que, nesse domínio, cogitam mais de demolir do que de restaurar. Seria um erro. Há distinções a fazer na herança do passado e mesmo nas religiões esotéricas, criadas para espíritos infantis, as quais correspondem todas às necessidades de certa categoria de almas. A sabedoria consistiria em recolher as parcelas de vida eterna, os elementos de direção moral que elas contêm, eliminando ao mesmo tempo as superfetações inúteis que a ação das idades e das paixões lhes foi adicionando.

Quem poderia executar essa obra de discriminação, de seleção, de renovação? Os homens estavam mal preparados para isso. Apesar dos avisos imperiosos da hora presente, apesar da decadência moral do nosso tempo, nem no santuário nem nas cátedras acadêmicas se tem elevado uma voz autorizada para dizer as palavras fortes e graves que o mundo esperava. 

Só do Alto, pois, é que podia vir o impulso. Veio. Todos aqueles que têm estudado o passado, com atenção, sabem que há um plano no drama dos séculos. O pensamento divino manifesta-se de maneiras diferentes e a revelação é graduada de mil modos, conforme as exigências das sociedades. Foi por isso que, havendo soado a hora da nova dispensação, o Mundo Invisível saiu do seu silêncio. Por toda a Terra afluíram as comunicações dos defuntos, trazendo os elementos de uma doutrina em que se resumem e se fundem as filosofias e as religiões de duas humanidades. O escopo do Espiritismo não é destruir, mas unificar e completar, renovando. Vem separar, no domínio das crenças, o que tem vida do que está morto. Recolhe e ajunta, dos numerosos sistemas em que até o presente se tem encerrado a consciência da humanidade, as verdades relativas que eles contêm, para juntá-las às verdades de ordem geral que proclama. Em resumo, o Espiritismo vincula à alma humana, ainda incerta e débil, as asas poderosas dos largos espaços e, por esse meio, eleva-a a alturas donde pode abranger a vasta harmonia das leis e dos mundos e obter, ao mesmo tempo, visão clara do seu destino.

Esse destino se acha incomparavelmente superior a tudo que lhe haviam segredado as doutrinas da Idade Média e as teorias de outro tempo. É um futuro de imensa evolução que se abre continuamente para a alma, de esferas em esferas, de claridades em claridades, para um fim cada vez mais belo, cada vez mais iluminado pelos raios da justiça e do amor.


Extraído do Capítulo II - O critério da Doutrina dos Espíritos - da Primeira Parte de "O Problema do Ser, do Destino e da Dor" - Léon Denis

O SOERGUIMENTO DO VÉU

Achando madura a Humanidade para penetrar o mistério do seu destino e contemplar, a sangue-frio, novas maravilhas, permitiu Deus fosse erguido o véu que ocultava o mundo invisível ao mundo visível. Nada têm de extra-humanas as manifestações; é a humanidade espiritual que vem conversar com a humanidade corporal e dizer-lhe:
“Nós existimos, logo, o nada não existe; eis o que somos e o que sereis; o futuro vos pertence, como a nós. Caminhais nas trevas, vimos clarear-vos o caminho e traçar-vos o roteiro; andais ao acaso, vimos apontar-vos a meta. A vida terrena era, para vós, tudo, porque nada víeis além dela; vimos dizer-vos, mostrando a vida espiritual: a vida terrestre nada é. A vossa visão se detinha no túmulo, nós vos desvendamos, para lá deste, um esplêndido horizonte. Não sabíeis por que sofreis na Terra; agora, no sofrimento, vedes a justiça de Deus. O bem nenhum fruto aparente produzia para o futuro. Doravante, ele terá uma finalidade e constituirá uma necessidade; a fraternidade, que não passava de bela teoria, assenta agora numa lei da Natureza. Sob o domínio da crença de que tudo acaba com a vida, a imensidade é o vazio, o egoísmo reina soberano entre vós e a vossa palavra de ordem é: “Cada um por si.” Com a certeza do porvir, os espaços infinitos se povoam ao infinito, em parte alguma há o vazio e a solidão; a solidariedade liga todos os seres, aquém e além da tumba. É o reino da caridade, sob a divisa: “Um por todos e todos por um.” Enfim, ao termo da vida, dizíeis eterno adeus aos que vos são caros; agora, dir-lhes-eis: ‘Até breve!’”


Extraído do Capítulo I - Caráter da Revelação Espírita - de "A Gênese" - Allan Kardec

sexta-feira, 19 de julho de 2013

DEUS

Não procures Deus nos templos de pedra e de mármore, ó homem que o queres conhecer, e sim no templo eterno da Natureza, no espetáculo dos mundos a percorrer o Infinito, nos esplendores da vida que se expande em sua superfície, na vista dos horizontes variados: planícies, vales, montanhas e mares que a tua morada terrestre te oferece. Por toda parte, à luz brilhante do dia ou sob o manto constelado das noites, à margem dos oceanos tumultuosos, e assim na solidão das florestas, se te sabes recolher, ouvirás as vozes da Natureza e os sutis ensinamentos que murmuram ao ouvido daqueles que frequentam suas solidões e estudam seus mistérios. 

A Terra voga sem ruído na extensão. Essa massa de dez mil léguas de circuito desliza sobre as ondas do éter qual um pássaro no Espaço, qual um mosquito na luz. Nada denuncia sua  marcha imponente. Nenhum ranger de rodas, nenhum murmúrio  de vagas sob seus flancos. Silenciosa, ela passa, rola entre suas irmãs do céu. Toda a potente máquina do Universo se agita; os milhões de sóis e de mundos que a compõem, mundos perto dos quais o nosso vale por uma criança, todos se deslocam, se entrecruzam, prosseguem suas evoluções com velocidades aterradoras, sem que som algum ou qualquer choque venha trair a ação desse gigantesco aparelho. O Universo continua calmo. É o equilíbrio absoluto; é a majestade de um poder misterioso, de uma Inteligência que não se impõe, que se esconde no seio das coisas, e cuja presença se revela ao pensamento e ao coração, e que atrai o pesquisador qual a vertigem do abismo.

Se a Terra evolucionasse com estrondo, se o mecanismo do mundo se regulasse com fracasso, os homens, aterrorizados, curvar-se-iam e creriam. Mas, não! A obra formidável se executa sem esforço. Globos e sóis flutuam no Infinito, tão livres quanto plumas sob a brisa. Avante, sempre avante! O rondar das esferas se efetua guiado por uma potência invisível. 

A vontade que dirige o Universo se disfarça a todos os olhares. As coisas estão dispostas de maneira que ninguém é obrigado a lhes dar crédito. Se a ordem e a harmonia do Cosmos não bastam para convencer o homem, este é livre no conjeturar. Nada constrange o cético para ir a Deus. 

O mesmo acontece às coisas morais. Nossas existências se desenrolam e os acontecimentos se sucedem sem ligação aparente; mas, a imanente justiça domina ao alto e regula nossos destinos segundo um princípio imutável, pelo qual tudo se encadeia em uma série de causas e de efeitos. Seu conjunto constitui uma harmonia que o espírito emancipado de preconceitos, iluminado por um raio da Sabedoria, descobre e admira. Que nós sabemos do Universo? Nossa vista só percebe um conjunto restrito do império das coisas. Somente os corpos materiais, à nossa semelhança, a  afetam. A matéria sutil e difusa nos escapa. Vemos o que há de mais grosseiro, em tudo que nos cerca. Todos os mundos fluídicos, todos os círculos onde a vida superior se agita, a vida radiosa, se eclipsam aos olhos humanos. Distinguimos apenas os mundos opacos e pesados que se movem nos céus. O Espaço que os separa nos parece vazio. Por toda parte, profundos abismos parecem abrir-se. Erro! O Universo está cheio. Entre essas moradas materiais, no intervalo desses mundos planetários, prisões ou presídios flutuam no Espaço, outros domínios da Vida se estendem, vida espiritual, vida gloriosa, que nossos sentidos espessos não podem perceber porque, sob suas radiações, quebraria qual se rompe o vidro ao choque de uma pedra. 

A sábia Natureza limitou nossas percepções e nossas sensações. É degrau a degrau que ela nos conduz no caminho do saber. É lentamente, trecho por trecho, vidas depois de vidas, que ela nos leva ao conhecimento do Universo, seja visível, seja oculto. O ser sobe, um a um, os degraus da escadaria gigantesca que conduz a Deus. E cada um desses degraus representa para o ser uma longa série de séculos. 

Se os mundos celestes nos aparecessem de repente, sem véus, em toda a sua glória, ficaríamos aturdidos, cegos. Mas, nossos sentidos exteriores foram medidos e limitados. Eles avultam e se apuram à medida que o ser se eleva na escala da existência e dos aperfeiçoamentos. O mesmo se dá com o conhecimento, a possessão das leis morais. O Universo se desvenda aos nossos olhos à proporção que a nossa capacidade de compreender as suas leis se desenvolve e engrandece. Lenta é a incubação das Almas sob a luz divina. 

É a ti, ó Potência Suprema! Qualquer que seja o nome que te dêem e por mais imperfeitamente que sejas compreendida; é a ti, fonte eterna da vida, da beleza, da harmonia, que se elevam nossas aspirações, nossa confiança, nosso amor. 

Onde estás, em que céus profundos, misteriosos, tu te escondes? Quantas Almas acreditaram que bastaria, para te encontrar, o deixar a Terra! Mas tu te conservas invisível no mundo espiritual, quanto no mundo terrestre, invisível para aqueles que não adquiriram ainda a pureza suficiente para refletir teus divinos raios. 

Tudo revela e manifesta, no entanto, tua presença. Tudo quanto na Natureza e na Humanidade canta e celebra o amor, a beleza, a perfeição, tudo que vive e respira é mensagem de Deus. As forças grandiosas que animam o Universo proclamam a realidade da Inteligência divina; ao lado delas, a majestade de Deus se manifesta na História, pela ação das grandes Almas que, semelhantes a vagas imensas, trazem às plagas terrestres todas as potências da obra de sabedoria e de amor. 

E Deus está, assim, em cada um de nós, no templo vivo da consciência. É aquele o lugar sagrado, o santuário  em que se encontra a divina centelha.


Extraído do Capítulo I - Deus e o Universo - de "O Grande Enigma" - Léon Denis 

quinta-feira, 18 de julho de 2013

ADVENTO DO ESPÍRITO DE VERDADE

Venho, como outrora aos transviados filhos de Israel, trazer-vos a verdade e dissipar as trevas. Escutai-me. O Espiritismo, como o fez antigamente a minha palavra, tem de lembrar aos incrédulos que acima deles reina a imutável verdade: o Deus bom, o Deus grande, que faz germinem as plantas e se levantem as ondas. Revelei a doutrina divinal. Como um ceifeiro, reuni em feixes o bem esparso no seio da Humanidade e disse: “Vinde a mim, todos vós que sofreis.”

Mas, ingratos, os homens afastaram-se do caminho reto e largo que conduz ao reino de meu Pai e enveredaram pelas ásperas sendas da impiedade. Meu Pai não quer aniquilar a raça humana; quer que, ajudando-vos uns aos outros, mortos e vivos, isto é, mortos segundo a carne, porquanto não existe a morte, vos socorrais mutuamente, e que se faça ouvir não mais a voz dos profetas e dos apóstolos, mas a dos que já não vivem na Terra, a clamar: Orai e crede! pois que a morte é a ressurreição, sendo a vida a prova buscada e durante a qual as virtudes que houverdes cultivado crescerão e se desenvolverão como o cedro.

Homens fracos, que compreendeis as trevas das vossas inteligências, não afasteis o facho que a clemência divina vos coloca nas mãos para vos clarear o caminho e reconduzir-vos, filhos perdidos, ao regaço de vosso Pai.

Sinto-me por demais tomado de compaixão pelas vossas misérias, pela vossa fraqueza imensa, para deixar de estender mão socorredora aos infelizes transviados que, vendo o céu, caem nos abismos do erro. Crede, amai, meditai sobre as coisas que vos são reveladas; não mistureis o joio com a boa semente, as utopias com as verdades.

Espíritas! amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo. No Cristianismo encontram-se todas as verdades; são de origem humana os erros que nele se enraizaram. Eis que do além-túmulo, que julgáveis o nada, vozes vos clamam: “Irmãos! nada perece. Jesus-Cristo é o vencedor do mal, sede os vencedores da impiedade.”

- O Espírito de Verdade, Paris, 1860.


Extraído do Capítulo VI - O Cristo consolador - de "O Evangelho segundo o Espiritismo" - Allan Kardec

DIFERENÇAS ENTRE ESPIRITUALISMO E ESPIRITISMO

Qual é a diferença?

O Espiritismo está inserido no conceito geral de Espiritualismo, entretanto sua amplitude é multo maior e, ao mesmo tempo, muito mais específica.

No "Livro dos Espíritos" (publicado em 1857), Allan Kardec escreve:

"Para se designarem coisas novas são precisos termos novos. Assim o exige a clareza da linguagem, para evitar a confusão inerente à variedade de sentidos das mesmas palavras. Os vocábulos espiritual, espiritualista, espiritualismo têm acepção bem definida. Dar-lhes outra, para aplicá-los à doutrina dos Espíritos, fora multiplicar as causas já numerosas de anfibologia. Com efeito, o espiritualismo é o oposto do materialismo. Quem quer que acredite haver em si alguma coisa mais do que matéria, é espiritualista. Não se segue daí, porém, que creia na existência dos Espíritos ou em suas comunicações com o mundo visível. Em vez das palavras espiritual, espiritualismo, empregamos, para indicar a crença a que vimos de referir-nos, os termos espírita e espiritismo, cuja forma lembra a origem e o sentido radical e que, por isso mesmo, apresentam a vantagem de ser perfeitamente inteligíveis, deixando ao vocábulo espiritualismo a acepção que lhe é própria. Diremos, pois, que a doutrina espírita ou o Espiritismo tem por princípio as relações do mundo material com os Espíritos ou seres do mundo invisível. Os adeptos do Espiritismo serão os espíritas, ou, se quiserem, os espiritistas."

Espiritualismo:
  • Algo além da matéria;
  • Admite ou não a existência de Espíritos;
  • Admite ou não a possibilidade de comunicação com os Espíritos;
Espiritismo:
  • Existência de Espíritos;
  • Existência do Perispírito (ou corpo espiritual);
  • Lei de Reencarnação;
  • Justiça Divina (Lei de Causa e Efeito);
  • Leis Morais do Cristo;
  • Existência da Mediunidade, isto é, interação e comunicação entre os mundos material e espiritual;
  • Compreensão da suma importância da oração e dos pensamentos e ações de cada ser;
  • Interação incessante entre os dois reinos, material e espiritual;
  • Pluralidade dos mundos habitados;
  • Lei do Progresso aplicada à toda a Criação (criaturas e coisas);

      E muito mais!

O QUE É O ESPIRITISMO

O que é o Espiritismo?
É o conjunto de princípios e leis, revelados pelos Espíritos Superiores, contidos nas obras de Allan Kardec que constituem a Codificação Espírita: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese.
“O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal.”   Allan Kardec (O que é o Espiritismo – Preâmbulo)
“O Espiritismo realiza o que Jesus disse do Consolador prometido: conhecimento das coisas, fazendo que o homem saiba donde vem, para onde vai e por que está na Terra; atrai para os verdadeiros princípios da lei de Deus e consola pela fé e pela esperança.”   Allan Kardec (O Evangelho segundo o Espiritismo – cap. VI – 4)
•  O que é reencarnação?
Os Espíritos reencarnam tantas vezes quantas forem necessárias ao seu aprimoramento. O objetivo da reencarnação é a evolução.
•  O que é mediunidade?
A mediunidade, que permite a comunicação dos Espíritos com os homens, é uma faculdade que muitas pessoas trazem consigo ao nascer, independentemente da religião ou da diretriz doutrinária de vida que adotem. Mas atenção: prática mediúnica espírita só é aquela que é exercida com base nos princípios da Doutrina Espírita e dentro da moral cristã. Portanto, em hipótese alguma o médium poderá cobrar dinheiro, exigir ou aceitar qualquer forma de recompensa (presentes, dádivas, agrados, etc.) por suas atividades mediúnicas.
•  O que são os Espíritos?
Os Espíritos são os seres inteligentes da criação. Constituem o mundo dos Espíritos, que preexiste e sobrevive a tudo. Os Espíritos são criados simples e ignorantes. Evoluem, intelectual e moralmente, passando de uma ordem inferior para outra mais elevada, até a perfeição, onde gozam de inalterável felicidade. Os Espíritos preservam sua individualidade, antes, durante e depois de cada encarnação.
•  O que o Espiritismo informa sobre Jesus?
Jesus é o guia e modelo para toda a Humanidade. E a Doutrina que ensinou e exemplificou é a expressão mais pura da Lei de Deus. A moral do Cristo, contida no Evangelho, é o roteiro para a evolução segura de todos os homens, e a sua prática é a solução para todos os problemas humanos e o objetivo a ser atingido pela Humanidade.
•  Onde vivem e o que fazem os Espíritos desencarnados?
Além do mundo corporal, habitação dos Espíritos encarnados, que são os homens, existe o mundo espiritual, habitação dos Espíritos desencarnados. Eles estudam, trabalham e desenvolvem diversas atividades no mundo espiritual.
•  O Espiritismo tem entre seus princípios a crença em Deus?
Sim. O Espiritismo explica que Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas. É eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom. O Universo é criação de Deus. Abrange todos os seres racionais e irracionais, animados e inanimados, materiais e imateriais. Todas as leis da Natureza são leis divinas, pois que Deus é o seu autor. Abrangem tanto as leis físicas como as leis morais.
•  O Espiritismo tem, entre seus princípios, a existência de vida em outros mundos?
Sim. A Doutrina Espírita esclarece que no Universo há outros mundos habitados, com seres de diferentes graus de evolução: iguais, mais evoluídos e menos evoluídos que os homens.
•  Quantos adeptos do Espiritismo há no Brasil?
De acordo com o Censo 2010 (IBGE), há 3,8 milhões de espíritas no Brasil.
•  Quantos Centros Espíritas existem no Brasil?
Cadastrados junto à Federação Espírita Brasileira há 14 mil Centros Espíritas.
•  Os Espíritos sabem todas as coisas?
Os Espíritos são as almas dos homens que já perderam o corpo físico. A exemplo do que observamos na Humanidade encarnada, o conhecimento que eles têm é correspondente ao seu grau de adiantamento moral e intelectual. A morte é uma passagem para a vida espiritual e não dá valores morais ou de inteligência a quem não os tem.
•  Os Espíritos podem reencarnar em corpos de animais?
Não. Os Espíritos evoluem sempre. Em suas múltiplas existências corpóreas podem estacionar, mas nunca regridem. A rapidez do seu progresso intelectual e moral depende dos esforços que façam para chegar à perfeição.
•  Espiritismo é o mesmo que Umbanda ou Candomblé?
Não. O Espiritismo é uma doutrina que surgiu na França, em 1857. O Candomblé (de origem africana) e a Umbanda (originária do Brasil) são doutrinas espiritualistas.
•  Todos os Espíritos são iguais?
Não. Os Espíritos pertencem a diferentes ordens, conforme o grau de perfeição que tenham alcançado: Espíritos Puros, que atingiram a perfeição máxima; Bons Espíritos, nos quais o desejo do bem é o que predomina; Espíritos Imperfeitos, caracterizados pela ignorância, pelo desejo do mal e pelas paixões inferiores.
•  Somente pelo Espiritismo se pode ter contato com os Espíritos?
Não. As relações dos Espíritos com os homens são constantes e sempre existiram. Os bons Espíritos nos atraem para o bem, sustentam-nos nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação. Os imperfeitos nos induzem ao erro.
•  O que é lei de causa e efeito?
É uma lei criada por Deus e que dispõe que o homem tem o livre-arbítrio para agir, mas responde pelas conseqüências de suas ações. O que fazemos de mal e de bem retornará para nós nessa mesma vida ou em existência posteriores. A vida futura reserva aos homens penas e gozos compatíveis com o procedimento de respeito ou não à Lei de Deus.
•  O que é a prece, de acordo com o Espiritismo?
A prece é um ato de adoração a Deus. Está na lei natural e é o resultado de um sentimento inato no homem, assim como é inata a idéia da existência do Criador. A prece torna melhor o homem. Aquele que ora com fervor e confiança se faz mais forte contra as tentações do mal e Deus lhe envia bons Espíritos para assisti-lo. é este um socorro que jamais se lhe recusa, quando pedido com sinceridade.
• Nas instituições espíritas há algum tipo de pagamento?
Não. Toda a prática espírita é gratuita, como orienta o princípio moral do Evangelho: “Dai de graça o que de graça recebestes”.
• O Espiritismo revela algo novo?
Sim. O Espiritismo revela conceitos novos e mais aprofundados a respeito de Deus, do Universo, dos Homens, dos Espíritos e das Leis que regem a vida. Revela, ainda, o que somos, de onde viemos, para onde vamos, qual o objetivo da nossa existência e qual a razão da dor e do sofrimento.
• O Espiritismo tem rituais ou sacerdotes?
Não. A prática espírita é realizada com simplicidade, sem nenhum culto exterior, dentro do princípio cristão de que Deus deve ser adorado em espírito e verdade. O Espiritismo não tem sacerdotes e não adota e nem usa em suas reuniões e em suas práticas: altares, imagens, andores, velas, procissões, sacramentos, concessões de indulgência, paramentos, bebidas alcoólicas ou alucinógenas, incenso, fumo, talismãs, amuletos, horóscopos, cartomancia, pirâmides, cristais ou quaisquer outros objetos, rituais ou formas de culto exterior.
• O Espiritismo é proselitista? Existem campanhas para que as pessoas se tornem Espíritas.
Não. O Espiritismo não impõe jamais os seus princípios. Convida os interessados em conhecê-lo a submeterem os seus ensinos ao crivo da razão, antes de aceitá-los.
• Como o Espiritismo se relaciona com as demais religiões?
O Espiritismo respeita todas as religiões e doutrinas, valoriza todos os esforços para a prática do bem e trabalha pela confraternização e pela paz entre todos os povos e entre todos os homens, independentemente de sua raça, cor, nacionalidade, crença, nível cultural ou social.  Reconhece que “o verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza”.

Extraído de: http://www.febnet.org.br/blog/geral/o-espiritismo/duvidas-mais-frequentes/ , site da Federação Espírita Brasileira (FEB).